segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sou um ouvinte do Pretinho Básico, programa da rede Atlântida FM. São engraçados, programa leve, humor diferenciado. Em um dos programas, algo me chamou muita atenção. Seguidamente eles brincam com a questão da religião. Fazem questão de deixar claro que não tem fé. Algumas vezes tratam os que creêm com certo escárnio. Dias atrás, Alexandre Fetter, o âncora do programa, recebeu uma carta de um adolescente com câncer, internado em um hospital onde realizava tratamento. Ele, visivelmente emocionado, mandou o abraço pedido pelo garoto. Na seqüência, dirigiu ao jovem palavras de incentivo. Poucas, na verdade. Mas disse algo fundamental: que o menino deveria acreditar na cura, pois acreditando tudo ia ficar bem. E nesse momento eu descobri: Alexandre Fetter tem fé. Ele pode não saber, mas tem. Porque a essência da fé é acreditar, mesmo sem ver. Quando lhe faltaram as palavras, quando precisou buscar um sentido para a luta que o menino estava travando contra a doença, apareceu a sua fé. Fé na vida, no poder do otimismo, de que as coisas boas podem acontecer com quem as deseja. Professou uma fé que ele acha que não possui. O mais legal nisso tudo é que era com sinceridade. Não por medo do pecado, nem por necessidade de demonstrar aos outros que se é um bom cristão. Era genuína, uma fé que às vezes nos falta, mesmo acreditando em Deus. Ao desejar, emocionado, a cura do menino, ao se preocupar com a dor e o sofrimento de um irmão, teve atitude digna de um cristão, ainda que não seja um. Será que não é?

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