sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fórmula 1: o mau caráter do fim de semana

Felipe Massa não vai mais deixar o Alonso passar. Pra mim não faz diferença. Não sou palhaço pra acordar cedo de novo em um domingo de manhã, pra assistir o circo da Fórmula 1. E também não faz mais diferença pro próprio Massa. Caráter não é uma coisa que se tem em um fim de semana e no outro não. Quem nega seus princípios pra não perder o emprego, paga caro depois. Quem nem os têm, vende até a própria família. Passei por isso e posso dizer, orgulhosamente, que fui demitido. Bati de frente com uma mulherzinha arrogante, despreparada e deslumbrada, que tinha transformado seu marido em um boneco. E o boneco, no caso, era meu chefe. Neguei-me a deixar de fazer o trabalho para o qual havia sido contratado e pelo qual me entreguei de corpo e alma. Enfrentei jogo sujo. Fui fritado, traído e humilhado. Consegui um pé na bunda e a admiração das pessoas que sabiam o que estava acontecendo. Foi o suficiente. O outro lado, esses dias mesmo, continuava contando mentiras para justificar os “fatos”. Eu, enquanto isso, me encontro bem melhor, pessoal e profissionalmente. Fazer o seu trabalho sendo profissional (essa foi a palavra usada pelo piloto brasileiro), não significa fazê-lo a qualquer custo, vendendo a imagem e honra. Significa fazer com eficiência, respeito e correção, projetando para si uma imagem que seria bem vinda em qualquer empresa. Que se ferre o Alonso. E junto o Massa, que preferiu o primeiro lugar da trapaça ao da corrida. E reforçou a péssima imagem que constroem de nós pelo mundo afora. Domingo de manhã lá em casa, o único ronco que será ouvido é o meu. Meu interesse pela Fórmula, por enquanto, está quebrado no box, sem previsão de conserto.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Pequenas encrencas, péssimos negócios

Brincando com o "Pequenas empresas, grandes negócios", resolvi criar uma série chamada pequenas encrencas, péssimos negócios. Não se trata de uma vingança, mas um alerta aos amigos (sim, só muito amigo meu pra ler este blog), sobre empresas, prestadores de serviços, órgãos públicos, eventos ou outros gêneros, onde a prestação de serviço/política de atendimento desagradou e me mostrou que uma pequena encrenca pode ser péssima para o negócio. Para iniciar, a Padaria da Família, que atualmente chama-se Pães da Família, situada no Bairro Carvoeira, na Rua Capitão Romualdo de Barros. Foram dois fatos desagradáveis e a promessa de que eu não pisaria mais naquele local. Antes de mais nada, é bom salientar que o que é servido no local, invariavelmente, é delicioso, sejam pães, lanches, bolos, salgados, etc. Já o atendimento...eis que tinha na vitrine um lindo bolo de chocolate, daqueles que se vendem em pedaços, já cortado, mas com todos os pedaços no seu devido lugar. Pedi a atendente um pedaço do meio do bolo e ela disse que não poderia, só das laterais. Tudo bem, seria difícil mesmo tirar um pedaço do meio sem desmanchar o bolo inteiro. Aí pedi um de uma lateral, mais ou menos no meio do bolo. Ela disse que também não podia, só do canto. Mas porque raios ela queria me empurrar um pedaço do bolo que eu não simpatizo, justamente onde a quantidade de chocolate da cobertura era a menor? Fui embora sem levar pedaço nenhum, indignado que fiquei, depois de um dia de trabalho cansativo e o stress do trânsito caótico. Não menos de uma semana, voltei lá pra comprar pão. Havia no balcão duas pessoas, uma sendo atendida. Nós três estávamos sem senha (uma senha que tem lá e que nem eles exigem). Quando a atendente terminou o primeiro atendimento e se dirigiu a mim, por educação e justiça informei que a senhora que estava do meu lado havia chegado antes. Após isso, tendo chegado mais duas pessoas no balcão, a mesma atendente, sabendo que era a minha vez, simplesmente me ignorou e passou a atender as duas pessoas que haviam chegado após. A falta de educação dupla (da atendente e do cliente que sabia que eu havia chegado antes) me irritou profundamente e saí de lá furioso. Entrei no site da empresa e reclamei dos fatos ocorridos e, por óbvio, ninguém me deu bola. Prometi que jamais pisaria naquele lugar de novo, o que tenho feito até agora. Fora o meu destempero, penso que o fato mostra duas coisas que podem prejudicar seriamente uma empresa. O despreparo dos funcionários, que devem estar atentos ao que acontece à sua volta, priorizando a satisfação dos clientes e a ausência total de feedback, essa palavrinha feia, mas necessária. A empresa deveria, por mais insignificante e chato que eu seja, ter me dado atenção com uma simples resposta ao email ou mesmo um retorno via telefone. Eu ficaria satisfeito, me sentiria importante para eles e certamente voltaria a comprar lá. Lógico que eles não vão fechar as portas por causa disso. Mas se isso ocorrer frequentemente, a longo prazo terá conseqüências no fluxo de clientes. Além do mais, a empresa atende eventos e empresas (eu sou um simples comprador de pão), onde esses erros podem ter conseqüências mais nefastas para os negócios. De qualquer forma, passo por lá com água na boca, me lembrando das delícias servidas, mas até agora fiel a minha promessa. Afinal, como diz o desgastado ditado, quem apanha não esquece. Até a próxima!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Imprensa II


Na última postagem, exprimi o que acho sobre o papel da imprensa e como o jornalismo barato pode prejudicar pessoas e desinformar a sociedade. Para completar meu raciocínio, cito dois fatos que vivenciei. Um primeiro, na época em que defendi produtores rurais em uma ação civil pública, em razão da plantação de soja transgênica. Três deles, de fato, plantaram sementes geneticamente modificadas em uma época que ainda se discutia sobre seus benefícios/malefícios (o que não vem ao caso agora), enquanto outro, por um erro de procedimento do órgão fiscalizador na hora da coleta das amostras, não tinha plantado e, mesmo assim, teve sua lavoura interditada. Como é comum, no momento do embargo, não se sabe como (lógico que se sabe, sempre tem algum engravatado querendo aparecer), surgiu a imprensa para rotular os quatro como criminosos, imaginem, plantando transgênico e colocando em risco a saúde de toda população. Até aí, na medida do possível, tudo bem. Claro que alguém vai pensar que, se estavam naquela situação é porque mereceram. Acontece que, quando provamos processualmente que um deles havia sido injustiçado e, por conseqüência, caiu o embargo e a colheita foi autorizada, oportunizamos a imprensa de também corrigir a informação, chamando-os para acompanhar esse procedimento. Por óbvio, não apareceram. Só voltaram quando da destruição da soja dos outros três agricultores, para mostrar que os malfeitores estavam sendo punidos. Com toda razão, os proprietários não permitiram a entrada deles nas fazendas, impedindo a nova reportagem. Em outra ocasião, fui testemunha de como se paga qualquer preço pela audiência. Cheguei a discutir com um cinegrafista e um motorista da RBS TV, que a qualquer custo, queriam filmar um jovem que se envolveu em um ato ilícito, mesmo que a própria polícia buscasse causar o mínimo de danos possível à imagem dele. Rasteiramente, chegaram sugerir a um policial, na Central de Polícia da Capital, que impedisse o acesso dele pela garagem (onde todos os conduzidos entram), para forçá-lo a vir pela calçada, o que possibilitaria a filmagem. Agora vejamos. Os dois exemplos mostram uma imprensa compromissada com a verdade, com a ética e com a dignidade da pessoa humana? Ou apenas uma "empresa" mesquinha, em busca de audiência e dinheiro, custe o que custar? (para os outros, logicamente). Trabalhei 18 anos em rádio, inclusive no jornalismo. Não sou formado nessa área e nem preciso, para saber que a liberdade de informação está garantida constitucionalmente e deve ser sempre preservada, para nosso próprio bem. Mas também aprendi com a vida que não se deve abrir mão da ética e da justiça para com as pessoas, independente do que tenham feito. E a boa conduta que serve para nosso dia-a-dia deve servir também ao nosso ofício. Ainda mais quando ele tem o poder de construir ou destruir imagens, carreiras, pessoas. Então hoje, quando vejo uma notícia na televisão como telespectador, também tento me colocar do outro lado, sem preconceitos. Não compro tudo que tentam me vender, até porque conheci de perto a índole, o caráter e a motivação dos nossos fabricantes de notícias.