Falar do trânsito de Florianópolis é falar de um selva sem lei, onde quem tem menos juízo pode mais. Tem muita coisa pra dizer. Hoje, uma discussão interminável entre motoristas e motociclistas: o uso do corredor, o espaço entre os veículos onde circulam a maioria das motos. Pode ou não pode? O art. 56 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que proíbia esse tipo de circulação, foi vetado sob o argumento de que "restringe a utilização desse tipo de veículo que, em todo mundo, é largamente utilizado como forma de garantir maior agilidade de deslocamento". Então pode? Se você quiser entender que sim, entenda. Mas as autoridades de trânsito podem pensar diferente, respaldadas pelos art. 169 (leve), art. 192 (grave), art. 199 (média) e art. 211 (grave). Essa é a questão legal. Mas fora isso, o grande problema está na falta de bom senso e nos abusos. Alta velocidade, manobras arrojadas, zigue-zague. Parece que o motociclista não leva em conta a possibilidade de um motorista desatento, uma porta que se abre, um buraco, um imprevisto qualquer. Circulam sem medo, exigindo que se abra passagem a qualquer custo, usando como artifício a buzina, o xingamento ou, na pior das hipóteses, os pés. De outro lado, os motoristas que não sabem para que serve a "seta", que não se dão bem com o uso dos espelhos ou que simplesmente se acham senhores da razão, esquecendo que quando estão em casa fazem uma "encomenda delivery" e exigem rapidez. Particularmente entendo, pela leitura do CTB, que os motociclistas devem utilizar o mesmo espaço dos veículos e evitar os corredores. Com o trânsito fluindo, não devem fazer nunca. Com o trânsito parado, se o fizerem, que seja com cautela, sem esquecer dos pedrestes que também aproveitam esse momento. Acima de tudo, é preciso respeito por si mesmo e pelo próximo. Vale lembrar que em um curto período (2002/2006) o número de mortes de motociclistas subiu 83%. Por fim, está concluído um Projeto de Lei que irá proibir em definitivo o uso de corredores pelos motociclistas (Diário Catarinense - 25/09/2008). Pode ser o fim das divergências jurídicas. Mas duvido que será o fim da guerra entre motoristas e motociclistas, numa briga insana por um espaço que já não suporta mais uma frota que cresce em progressão geométrica.
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